Mais de 156 pesquisadores de vários países integraram um
consórcio responsável pela investigação científica, encabeçado pelo brasileiro
Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do
Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra
(IINN-ELS).
O princípio envolvido no funcionamento do exoesqueleto é a
chamada "interface cérebro-máquina", que vem sendo explorada por
Nicolelis desde 1999. Esse tipo de conexão prevê que a "força do
pensamento" seja capaz de controlar de maneira direta um equipamento
externo ao corpo humano.
No caso do exoesqueleto do projeto "Andar de
novo", uma touca especial vai captar as atividades elétricas do cérebro
por eletroencefalografia. Quando o voluntário se imaginar caminhando por conta
própria, os sinais produzidos por seu cérebro serão coletados pela touca e
enviados a um computador que fica nas costas da veste robótica.
O computador decodifica essa mensagem e envia a ordem aos
membros artificiais, que passarão a executar os movimentos imaginados pelo
paraplégico. Ao mesmo tempo, sensores dispostos nos pés do voluntário enviam
sinais para a roupa especial. A pessoa, então, sente uma vibração nos braços
toda vez que o robô tocar o chão. É como se o tato dos pés fosse transferido para
os braços, naquilo que Nicolelis chama de "pele artificial".
Porém, no dia 12/06/2014, quando o projeto foi colocado em prática, como tudo em nosso país, a devida atenção não foi dada ao projeto fazendo com que o neurocientista Miguel Nicolelis reclamasse do pouco tempo
reservado ao "chute simbólico" com o exoesqueleto na transmissão da
abertura da Copa do Mundo.
Na transmissão oficial, exibida por emissoras em todo o
mundo, a cena durou sete segundos. Integrantes do projeto "Andar de
Novo" apareceram com o voluntário paraplégico, que estava em pé e já
vestia o exoesqueleto. Ele deu um passo com a perna direita e movimentou a
bola, recolhida por um menino caracterizado de árbitro de futebol. “A Fifa nos informou que nós teríamos 29 segundos para
realizar um experimento dificílimo. Nunca ninguém fez uma demonstração em 29
segundos de robótica. Isso não existe em lugar nenhum do mundo. Foi um esforço
dramático de todas essas pessoas que estão aqui. E nós realizamos em 16”, disse
Nicolelis. “Pelo visto, a Fifa não estava preparada para filmar um experimento
que vai ser histórico”, completou.
Para finalizar gostariamos apenas de ressaltar que além de ser uma injustiça tremenda com tantos estudos envolvendo a física, é um absurdo com a humanidade, uma vez que este projeto poderia beneficiar pessoas do mundo todo (caso houvesse incentivo).